A comunicação é o principal meio para criar a verdadeira compreensão e colaboração entre as pessoas. Nosso dia a dia é composto por conversas com clientes, colegas de trabalho, nossos familiares: trocamos ideias, fazemos combinados, pedidos, contamos histórias, falamos de nossos sentimentos, damos nossas opiniões sobre os assuntos. E na maioria do tempo, o que estamos fazendo? Falando. Estamos condicionados a falar mais do que escutar, se acontece um silêncio entre as falas mais prolongado, ficamos angustiados, ansiosos. É muito comum fazermos monólogos simultâneos.
Nossa comunicação parece ter se tornado um ringue de egos. Cada um quer ter mais razão do que o outro, quer mostrar que sabe mais, que sofre mais, que tem mais experiência, etc. É um hábito, falar sem dar espaço para a escuta. Não conseguimos ouvir o que o outro tem a dizer, pois ouvimos com a intenção exclusiva de dar uma resposta. E ao fazer isso, nossa mente já está direcionada no que irá responder e não ao que está sendo dito e sentido por quem está falando. Como se aquilo que o outro diz não fosse relevante e precisasse ser complementado pelo que temos a dizer. Já pensou nisso? Preste atenção nas suas conversas e perceba o quanto você fala e qual o seu investimento na escuta.
Quando nos dispomos a escutar mais, um mundo de possibilidades se abre, Dalai Lama nos diz que “Quando você fala, apenas está repetindo algo que já sabe, mas se você escutar, talvez aprenda algo novo.” Isso é fantástico! Mas como mudar este hábito, afinal mudar algo que já fazemos de forma automática, não é fácil. Requer vontade, atenção e muito treino. Não tem jeito, sempre que desejamos fazer alguma mudança, o caminho é treinar e repetir. O bacana desta jornada são os aprendizados. Imagina quanto de qualidade é possível acrescentar nas vendas, por exemplo? Escutando atentamente as necessidades do cliente, é possível oferecer produtos que não se imaginava que ele fosse querer, apenas fazendo as perguntas certas e prestando atenção nas respostas. E ao escutarmos os familiares com atenção até o final das falas, quantos mal entendidos podem ser evitados?
Se realmente escutarmos, a pessoa que fala sentirá que estamos dando a ela a importância que ela merece, ficando agradecida e criando dessa maneira, um clima de respeito, conexão e empatia. Seremos mais convincentes ao responder, porque fomos capazes de reter todas as informações importantes que nos foram transmitidas. Neste processo de escuta ativa podemos perceber como nossa mensagem foi recebida e desta forma esclarecer mal entendidos, além do mais é possível aprender novas formas de pensar, pontos de vistas diferentes.
Para que possamos realmente escutar o que o outro tem a dizer, temos que nos libertar das pré suposições, que nos fazem imaginar que já sabemos o que será dito e que por isso já podemos dar nosso ponto de vista sobre o assunto. Além disso, temos que nos dispor a parar, limpar a mente, e estar presente na conversa. Afinal, a construção de soluções sempre deve considerar muitos ângulos e variados pontos de vista e isso só é possível quando nos dispomos a manter um diálogo, onde um fala e o outro escuta, de forma cíclica. Esta dinâmica, mantêm acesa a sinergia necessária para qualquer relação.
Para escutar melhor…
- Olhe com atenção para a pessoa que está falando
- Coloque-se numa posição de escuta, transmitindo boa vontade e tolerância
- Controle a ansiedade por responder imediatamente
- Mantenha sua mente tranquila
- Tome o cuidado de não interromper, e se o fizer, escolha um momento oportuno, quando a pessoa tiver completado seu pensamento ou seu relato;
- Escute para compreender
- Deixe de lado seus julgamentos e interpretações
A comunicação bem equilibrada entre a fala e a escuta é um grande meio de transformação dos mal entendidos à transparência e clareza, do conflito ao consenso, das discórdias à paz. A busca por conexões pessoais e profissionais mais compensadoras são extremamente importantes para o nosso desenvolvimento. Aproveite a jornada.